A partir desta situação, aproveitou-se e interpelou a um trabalhador local se eles mercavam os tais. A resposta o surpreendeu: foi positiva. Desta forma, começou a recolher materiais recicláveis de rua até que a construção de seu barquinho improvisado de madeira ficasse pronto, podendo assim, recolher os próprios dentro do paraíso de poluição, símbolo da urbanização desordenada da capital do estado: o rio Tietê, repleto de desrespeitos para com a natureza.
Há mais de dez anos, Roberto da Silva vive essa realidade repleta de esforço próprio: acorda às sete horas da manhã e “trabalha” também até às sete horas da noite, pagando por transporte e ajudante uma vez por semana para levar esses apetrechos com destino final à reciclagem. Com o dinheiro de seu recebimento, ele mesmo sustenta a família, numa casa simples e afastada do diminuto pólo urbano de sua respectiva cidade, se preocupando especialmente com as compras de supermercado, preocupado com a falta de provisões.
Para concluir, “Lagartão” (seu apelido) além de ganhar dinheiro com esse ato, também ajuda o meio ambiente, despoluindo-o de alguma forma, de material a material flutuante na água, infundindo respeito ao seu trabalho. Conforme Madre Tereza de Calcutá, “O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”.
Fonte: Vídeo em inglês